segunda-feira, 17 de junho de 2013

Raw

E da visceralidade de dois corpos, da junção de duas almas surge a criatura mais cru, grotesca e bela que existe. Da fagulha que surge do atrito das mentes em comunhão cria-se a trama de um universo tão peculiar, lindo e intenso que de sua natureza nada mais é do que desaparecer.

Por um segundo, por um minuto e por uma hora tal mundo é tão suficiente dentro dele mesmo, porém tão intenso, tão chama, que no próximo instante somente é esperado que se sublime na expressão máxima da natureza humana, na exibição mais gratuita de ferocidade e instintividade que a Terra pode nos oferecer, no auge do orgasmo de dois corpos tudo se finda, tudo se inicia: da ciclicidade dessa situação aprendemos a viver em eterno retorno ao útero do planeta.

E há quem jure que tal universo seja tão eterno quanto for o amor. Pois desse modo esquece que a eternidade nada mais é do que um plano disposto a se destruir, regenerar e nascer novamente a cada instante. Na paixão residem a ferocidade e instinto humano, do amor comportado nada tão cru, belo e intenso pode, infelizmente, surgir.

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